O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, substituindo Márcio Macêdo (PT), que estava no cargo desde janeiro de 2023. A mudança representa a entrada do PSOL na estrutura ministerial do Palácio do Planalto, retirando uma pasta que até então era da cota do PT.

Aos 42 anos, Boulos é considerado um dos principais nomes da esquerda brasileira e a maior força política do PSOL. Formado em Filosofia e mestre em Psiquiatria, o paulistano é professor, psicanalista e se tornou conhecido nacionalmente como uma das lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Boulos já disputou três eleições majoritárias: foi candidato à Presidência da República em 2018 e à Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, além de ter sido o deputado federal mais votado do estado em 2022, com mais de 1 milhão de votos. Em mensagem publicada nas redes sociais após a nomeação, o novo ministro agradeceu a Lula e destacou que sua missão será “levar o governo para a rua”.

> “Agradeço ao presidente Lula pelo convite para ser ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Minha principal missão será ajudar a colocar o governo na rua, levando as realizações e ouvindo as demandas populares em todos os estados do Brasil. [...] Presidente, sua confiança será honrada com muito trabalho!”, afirmou Boulos.

De acordo com fontes próximas ao Planalto, Boulos deve permanecer no ministério até o fim do atual mandato presidencial, o que significa que ele não concorrerá às eleições de 2026. A Secretaria-Geral da Presidência é uma das cinco pastas que funcionam dentro do Palácio do Planalto, com acesso direto ao presidente. Entre suas atribuições estão a articulação com movimentos sociais, comunicação institucional e acompanhamento de políticas públicas estratégicas.

A nomeação de Boulos, segundo analistas políticos, tem como objetivo reforçar o diálogo do governo com os movimentos sociais e fortalecer a base de apoio popular do presidente Lula, especialmente com vistas à eleição presidencial de 2026. Com a troca, Lula chega a 13 mudanças ministeriais desde o início de seu atual mandato. O ex-ministro Márcio Macêdo, que deixa o cargo após quase três anos, foi um dos vice-presidentes do PT e teve papel importante na organização da campanha de Lula em 2022, além de ter coordenado o G20 Social no Rio de Janeiro em 2024. A escolha de Boulos marca um novo momento na relação do governo com os movimentos populares e reforça a presença da esquerda social no núcleo do poder em Brasília.