
Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (29) a oitava fase da Operação Sisamnes, que investiga um complexo esquema de corrupção judiciária e lavagem de dinheiro envolvendo a suposta venda de decisões judiciais. A operação tem como foco o afastamento de um juiz por determinação do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ordem judicial também autorizou o bloqueio de bens e valores que somam cerca de R$ 30 milhões, além da apreensão do passaporte do magistrado. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
A investigação corre sob sigilo e apura a atuação de uma organização criminosa composta por civis e militares da ativa e da reserva, que se autodenominava “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos.
Segundo informações da PF, o grupo teria envolvimento direto na execução do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá (MT) no ano de 2023. Zampieri era considerado uma das peças-chave no esquema de corrupção investigado.
Ainda de acordo com as investigações, há indícios de que servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) estariam envolvidos na suposta venda de sentenças judiciais, o que pode agravar ainda mais a crise institucional desencadeada pelos fatos.
O nome do juiz afastado não foi oficialmente divulgado até o momento. A expectativa é que novas fases da operação sejam deflagradas nos próximos meses, diante da complexidade do caso e do número de envolvidos.
A Operação Sisamnes — nome que faz alusão a um antigo juiz persa que foi punido por corrupção — já é considerada uma das maiores ofensivas contra a corrupção no Judiciário brasileiro.