Amanhã, segunda-feira, 17 de março, é dia de roupa nova, perfume top, batom de primeira e joias finíssimas. É dia de alegria. Dia de alvíssaras para o maior lugar da sergipanidade: Aracaju, com seus 628.849 habitantes, fará 170 anos.

Através de uma visão profunda do cearense Inácio Joaquim Barbosa, que presidia a Província de Sergipe Del Rey, no meio dos anos 1850, no século 19, começou-se a conceber a ideia de dotar o Estado de uma nova capital, deixando para trás a clássica, bonita e resistente São Cristóvão, situada a 22 quilômetros daqui.

O novo lugar escolhido já atendia pelo nome de Santo Antônio do Aracaju e o desejo de Inácio Barbosa se materializou naquele 17 de março de 1855, a fazer os redondos 170 anos nesta segunda. Tudo foi devidamente aprovado pela Assembleia Legislativa da Província no começo daquele março.

E é desta cidade que na Entrevista Domingueira de hoje vai se ocupar um morador ilustre e um quase filho dela - ilustre porque, muito crítico e observador, se preocupa bastante com ela como de resto com o Estado inteiro.

Ele é o senhor jornalista e homem público Luiz Eduardo Costa, 84 anos - um cabra que no dia do primeiro centenário desta capital, em 17 de março de 1955, lá estava saltitante e cheio de testosterona e libido, observando as cenas da vida política e as pernas das moças do lugar. 

LEC, como os amigos mais próximos o tratam, frequentou cursos superiores de Direito e de Economia, chutou tudo pro alto, qualificou-se em um que lhe deu o status de professor, com validade de nível superior, mas atracou-se de verdade com a comunicação social e as coisas da política.

Quase um sociólogo, é um observador compulsivo e contundente, dono de uma memória privilegiadíssima, e escritor. Ontologicamente, um polemista. É bom prestar a atenção: não o cutuquem com vara curta.

LEC reconhece virtudes fantásticas de Aracaju, mas está longe de ter um olhar blasé sobre a cidade e os problemas dela. “Apesar de bela e boa, Aracaju é uma prova da incompetência gerencial dos seres humanos”, vai logo avisando ele.

E explica essa visão. “Porque não é admissível que uma cidade como ela, com tantas potencialidades, conviva com um nível de poluição como o nosso. Já nos acostumamos até ao mau cheiro que passa em frente aos hospitais, em frente às casas dos ricos e que nas casas dos pobres atingiu um estado de calamidade - porque as águas sujas e servidas escorrem e as crianças até acabam tomando banho ali dentro”, diz. E mais esta introdução não falará, como se a lhe convidar a beber direto na fonte no corpo da Entrevista.

Luiz Eduardo de Oliveira Costa nasceu no dia 10 de novembro de 1940 - tome outro cuidado: ele é de escorpião -, na velha e histórica Maruim, em Sergipe. Mas é um aracajuano a partir dos quatro anos de idade.

Ele é filho do promotor de Justiça Paulo Costa, que originalmente chamava-se Paulo Torres Simões da Costa, mas ele cortou oficialmente Torres e Simões, e de Ana Isabel Santana de Oliveira, que também teve o nome reduzido para Ana de Oliveira Costa.

É casado com Eliane de Moura Moraes, uma advogada, assistente social, psicóloga e professora, e é pai de Paulo Costa Neto, 59 anos, Patrícia de Oliveira Costa, 58, e Vanessa Costa Mendonça, 54 anos.

LEC Já teve funções proeminentes em diversos governos de Sergipe, como nos de Augusto Franco, Antônio Carlos Valadares e Marcelo Déda -, foi de ouvidor-Geral a secretário de Comunicação Social a de Cultura.

“Fizemos de Aracaju uma cidade agradável, de certa forma humana. Mas uma cidade que ainda convive, infelizmente, com uma natureza um tanto aviltada”, diz ele.

A Entrevista com Luiz Eduardo Costa vale o tempo da leitura.


Fonte: JL política.

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