"Ausência de uma mulher na Presidência da OAB Sergipe reflete estruturas patriarcais”

Não há com o negar que surge, com a advogada Clara Machado, uma voz nova, ativa, corajosa e desembaraçada no universo da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Estado de Sergipe.

Deste posto novidadeiro, Clara Machado enxerga uma OAB sergipana encolhida, tímida e agachada diante de uma infinidade de atribuições que seriam suas e que ela negligencia - sobretudo nesta gestão do presidente Danniel Costa.

A Ordem sergipana, pontua Clara Machado do alto da sua visão para lá de crítica, desserve duplamente nesta hora: desserve à categoria de advogados e advogadas e desserve à sociedade civil de um modo geral, com quem a OAB institucionalmente sempre teve um pacto histórico.

E é por isso que ela se lançou em campanha para se eleger presidente, mudar este quadro de inércia e, cumulativamente, levar a primeira mulher à Presidência da OAB de Sergipe.

“Sinto-me uma novidade e, embora nunca tenha participado da gestão da OAB, estou preparada para liderar com a experiência necessária. Acredito que a renovação é necessária para a classe. A advocacia e a sociedade precisam de uma OAB que vá além da estética, com uma gestão comprometida com resultados reais e que recupere seu papel como defensora da justiça e da democracia”, anuncia-se.

“Propomos uma gestão que descentralize o poder, valorize a participação ativa de toda a advocacia e promova um ambiente acolhedor e democrático. Iremos servir à classe com foco na construção coletiva, ouvindo todas as vozes e tomando decisões que reflitam os interesses do conjunto. Essa renovação é essencial para fortalecer a OAB e garantir que ela acompanhe as demandas e os desafios da advocacia”, fundamenta.

Nesta Entrevista Domingueira, Clara vai sustentar que Danniel Costa faz uma gestão de costas para a sociedade e para os interesses mais universais dos advogados, e que ainda abusa do poder institucional da entidade para tentar se reeleger presidente.

Ela vai lamentar que não tenha conseguido fechar uma aliança com a outra candidata mulher nesta disputa, a histórica advogada Ana Lúcia Aguiar e vai, sobretudo, se apresentar propositivamente naquilo que considera como resgate da entidade. 

Clara Cardoso Machado Jaborandy nasceu no 26 de novembro de 1984, em Aracaju. Ela é filha de Paulo Almeida Machado Júnior e de Miriam Teresa Cardoso Machado.

É casada com José Luiz Jaborandy Rodrigues Filho, também advogado, com quem é mãe de Letícia, de nove anos, e de Luísa, de quatro anos - ambas Cardoso Machado Jaborandy.

Além de advogada, Clara é professora. Ela formou-se Direito pela Universidade Federal de Sergipe e tornou-se doutora em Direito Público pela UFBA em 2016 e, antes, mestre em 2009.

Ela é professora da Universidade Tiradentes, onde ministra as disciplinas Direito Constitucional, Direitos Humanos e Novas Tecnologias.

Na OAB, foi vice-presidente da Comissão de Estudos Constitucionais nas gestões de 2016 a 2018, sob Henri Clay Andrade, e de 2019 a 2021, na de Inácio Krauss.

“Para ser relevante e eficaz, a OAB precisa de uma gestão inclusiva, participativa e plural, capaz de refletir as diversas realidades da advocacia. Quero que a OAB de Sergipe volte a ser uma instituição respeitada, atuando de forma ativa no debate público e se posicionando com firmeza frente aos temas relevantes em âmbito local e nacional”, diz ela.

NA OAB, HÁ SEGREGAÇÃO ÀS MULHERES.

“A ausência de uma mulher na Presidência da OAB Sergipe reflete a manutenção de estruturas patriarcais que ainda permeiam o sistema da Ordem. Mesmo com o crescimento expressivo de advogadas e o avanço da pauta por igualdade de gênero, na OAB nunca tivemos uma mulher na Presidência do Conselho Federal”.


Por Jozailto Lima



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