O senador Rogério Carvalho, PT, tem um DNA forte para a militância política e para a ocupação de espaços nela. Mas há muita gente avexada que não gosta dele na esfera política. Em parte, por falta mesmo de empatia de certas figuras públicas e privadas para com a figura dele.


Em outra parte, porque Rogério faz de por onde, com aquela sua original beligerância e aquela falta de posturas cordatas em suas interlocuções gerais. 


Mas nenhuma análise sensata deve jogar na vala comum o fato de que este rapaz pouco tolerante já papou três mandatos bons na pradaria parlamentar em ordem crescente - deputado estadual, federal e senador, apesar da sofrível votação dele para este último posto em 2018.


Mas, identicamente, nenhuma análise sensata deve esquecer de sinalizar o desconforto e o despenhadeiro que se anunciam no horizonte de Rogério Carvalho.


E isso fica evidente em dois fatores básicos e elementares: as duas derrotas eleitorais dele nas duas últimas eleições e, mais grave do que isso, a maneira como ele e sua importância petista foram se desgarrando do que ainda resta do PT simbolizado na figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Ou não é um fato plausível que, sob essa nova era lulista, o peso e a importância de Rogério Carvalho sucumbiram e no lugar dele renasceu Marcio Macedo, o novo mascote de Lula?


Quem não quer ver o apequenamento de Rogério enquanto senador e a luminosidade do outro enquanto ministro não está aberto ou aberta à boa leitura da coisa política.


Mas venhamos pro terreno eleitoral, que é onde uma liderança fixa ou não fixa raízes. Em 2022, Rogério Carvalho tentou o Governo de Sergipe, passou pelo primeiro turno, mas no segundo deu com a cara contra o muro.

Perdeu para Fábio Mitidieri, PSD, e num momento de quase comoção da democracia nacional, que se esperneava para se livrar de um extremo-direitismo de Jair Bolsonaro com aquela feiosa aparência fascista.

Neste 2024, revelando-se um personalista taludo, Rogério Carvalho lançou mão da própria mulher, a jornalista Candisse Carvalho, uma pessoa de carisma zero e de zero compreensão do que seja a política, foi com ela à sucessão de Aracaju e de novo bateu com a testa contra o muro. Ai que dor!


Sequer chegou ao segundo turno da disputa. Com sua Candissinha particular e elbaramalheada, Rogério manteve o histórico PT de Aracaju numa quarta posição numa eleição de Aracaju.


Relembre-se, para dar mais gravidade aos fatos: numa Aracaju que deu ao PT dois mandatos de prefeito em primeiro turno em 2000 e em 2004 com o gigante Marcelo Déda que está na raiz do surgimento de Rogério Carvalho e a quem Rogério Caralho tentou solapá-lo em 2013, com o correligionário doente e à beira da morte que chegaria em 2 de dezembro daquele ano.


O mesmo Déda que fez o PT conquistar dois mandatos de governador de Sergipe em eleições de primeiro turno em 2006 e 2010 com a sua própria pessoa.


Sob o comando e o empenho de Rogério, a candidatura de Candisse conseguiu apenas 28.049 votos, ou 9,24% dos válidos neste ano, numa disputa em que carentemente ela se autodeclarava Candisse de Lula e que Lula a tinha apenas como Candisse Carvalho.


Mesmo assim ou talvez por isso, nessa ubiquidade a Candisse tivera um desempenho percentual abaixo (mas quase o mesmo) do que obtivera o candidato Marcio Macedo na disputa pelo mesmo espaço em 2020 - 9,55%.


De modo que não há a menor dificuldade em se concluir que sob o comando de Rogério Carvalho o PT de Aracaju e de Sergipe minguou e míngua. Que o PT de Sergipe e de Aracaju não é mais aquele partido encarnado e garboso.


Do alto dessa constatação, parece óbvio que esteja em franca floração uma outra observância pertinente: não é nada bom e nem futuroso o destino político de Rogério Carvalho.


Ah, mas o mandato dele enquanto senador surfa numa vibe de R$ 100 milhões por ano - como surfam os de Alessandro Vieira e de Laércio Oliveira - para distribuir com os municípios e isso potencializa qualquer pretensão eleitoral!

Ok. Essa é uma verdade quase absoluta. Mas talvez uma verdade que dessirva a quem faz política com ódio e com desagregação geral, a começar pelos membros do seu próprio partido.


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