Agentes da Polícia Civil de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Distrito Federal prenderam, nesta quarta-feira (24), sete pessoas por tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crime contra a saúde pública. Entre elas, três influenciadoras digitais.

As prisões ocorreram no âmbito da Operação Refil Verde, braço da Operação Nárke, coordenada pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão.

Segundo o diretor da Diopi, Rodney da Silva, a “Operação Nárke representa uma das diretrizes da Senasp, que é fomentar e apoiar a integração dos órgãos de segurança pública no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas”.

Como funcionava o esquema

A organização criminosa contrabandeava óleo de maconha para cigarros eletrônicos (vape) dos Estados Unidos. O insumo chegava ao Brasil pela fronteira com o Paraguai, em potes de cera de depilação.

Depois, era remetido a São Paulo, onde integrantes da organização criminosa misturavam solventes e aromatizantes ao óleo e envasavam em refis de cigarro eletrônico e frascos de canabidiol.

A venda ocorria por meio de sites e redes sociais, onde o grupo alegava que as drogas possuem funções terapêuticas. Um profissional de tecnologia da informação do Rio de Janeiro era o responsável pelas plataformas de venda. Já as influenciadoras digitais divulgavam a droga em seus perfis nas redes sociais.

A organização criminosa utilizava contas bancárias em nome de terceiros, empresas fantasmas e documentos falsos. Além disso, aplicava tecnologia de inteligência artificial para burlar a segurança de aplicativos bancários.

Operação Nárke

A “Operação Nárke” visa combater o tráfico de drogas e crimes conexos, com a execução de ações repressivas de cumprimento de mandados judiciais em todos os Estados e no Distrito Federal, por meio das Unidades Especializadas de Combate ao Narcotráfico das Polícias Civis.

Até o momento, a operação prendeu 136 pessoas, apreendeu 1,4 tonelada de droga, mais de seis mil unidades de drogas sintéticas, oito armas de fogo e 132 munições. Também foram apreendidos R$ 42 mil em espécie. O montante de bens apreendidos passa de R$ 2,9 milhões. O número de mandados de prisão cumpridos chega a 29, e o de mandados de busca e apreensão, a 25. No bojo da operação, foram instaurados 36 inquéritos.